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Sustainable: documentário sobre o movimento da comida sustentável

Foto do escritor: SabrinaSabrina

Atualizado: 12 de mar. de 2020

Um premiadíssimo documentário disponível na Netflix sobre a transição da produção agrícola moderna para o cultivo de alimento feito por pessoas, para pessoas.


Alimentação sustentável; agricultura e sustentabilidade; produção de alimentos; equilíbrio econômico; igualdade social; capitalismo; desenvolvimento; viagens; filmes e documentários

O meu trabalho exige inspiração, e a arte cinematográfica muitas vezes é a minha salvação e também a minha fuga. Já sou cinéfila há muito tempo, então isso só me faz ser ainda mais feliz aqui: transformar meus hobbies em trabalho.


Ontem à noite eu precisava de inspiração, e recorri à/ao Netflix (já pararam pra pensar se a gente usa o artigo feminino ou masculino?). Encontrei o documentário Sustainable, 2016 (PT - Sustentável), de Matt Wechsler e Annie Speicher. Duração de 1:36 h. O que você vê a seguir é


1. uma breve sinopse,

2. uma curta análise destacando falas incônicas do texto e

3. o veredito: recomendo ou não recomendo? Depois veja o trailer logo abaixo. Então vamos lá!


1. Sinopse


Marty Travis encara as dificuldades de manter a produção da sua pequena fazenda nos EUA, enquanto assiste os vizinhos com propriedades maiores enfrentarem os mesmos problemas na produção alternada de milho e soja. Ele produz alimentos e entrega semanalmente em restaurantes de Chicago, onde construiu laços de amizade com os funcionários e cheffs.


O laço afetivo com os profissionais da culinária faz com que, pela dificuldade de encontrar alguns ingredientes raros, eles solicitem que Travis tente cultivá-los. O agricultor aceita o desafio e começa a produzir uma enorme variedade de alimentos incomuns na região, levando-o a quadruplicar os lucros por acre de terra em relação aos seus vizinhos produtores de monoculturas de soja e milho. Tudo sem usar maquinários pesados, somente com a força de trabalho dele e de seu filho.


A partir daí, os dois unem seus vizinhos para organizar uma cooperativa de forma que cada produtor cultive alimentos diferentes uns dos outros, não haja concorrência entre eles, e a demanda seja atendida com produtos sazonais. Grande parte das variedades são raras, e aos poucos o grupo começa a se especializar na busca por novos produtos para cultivar, diversificando a produção e fazendo frente à agricultura convencional.


2. Análise


Pessoalmente, o documentário é emocionante, lindo e instigante, como produto da arte cinematográfica. O enredo é capaz de te prender a atenção.


O debate evolui para toda a indústria da alimentação, e começamos a falar dos alimentos ultraprocessados, o apelo dos rótulos e sobre como os consumidores ignoram a procedência desses alimentos. Uma das máximas fantásticas que ouvimos é (parafraseando, em tradução livre):


Hoje as pessoas estão mais preocupadas com o que um alimento não tem, do que com o quê ele tem.

Sobre alimentos gluten free, por exemplo. E:


A indústria do alimento não conta toda a história. Se o alimento deixa de ter um ingrediente, ele terá uma quantidade maior de outro ingrediente. Se ele não tem gordura, ele provavelmente terá o dobro de carboidratos.

Eu tenho vontade ficar aqui escrevendo páginas e páginas de análise, digerindo cada ponto discutido na obra. Ok, não farei isso.


Também é apresentada a pecuária tradicional de animais de raças quase extintas, por exemplo. Eu discordei da forma de apresentação da pecuária tradicional como estratégia de sequestro de carbono. Essa afirmação foi feita por um produtor tradicional, não um cientista ou autoridade no tema, mas dados não são apresentados.


A pecurária tradicional pode até reduzir significativamente as emissões de gases estufa pelo alimentação natural do gado em pastos nativos, removendo a produção de soja e milho da cadeia para ração e todo o desmatamento que (no Brasil) é feito para aumentar seu rendimento. Mas o sistema digestório dos ruminantes não mudará, e a parcela de emissões provenientes daí permanecerá assim. Tudo depende da quantidade gado cultivado e sim, em boa parte, do que usamos para alimentá-los.


3. Veredito


Finalizando, eu recomendo o documentário pelo seguinte motivo: no ponto em que estamos, é muito utópico imaginar que vamos conseguir fazer a transição imediata em larga escala para a agrofloresta, quer dizer, a produção de alimentos em consórcio com a vegetação nativa de cada região. A forma como um fazendeiro deixa a monocultura e passa a cultivar alimentos em diversidade e em cooperativa com os vizinhos mostra que a primeira fase da trasnformação será a slow food: pessoas produzindo comida de verdade para pessoas. Quebrar o sistema e tornar produtores independentes e livres, e verdadeiramente produtivos.


O solo é a base para a vida humana, a fonte do recurso mais precioso: seu alimento. Devos parar de enxergar a terra como sujeira, passar a vê-la como vida e tratá-la como tal (parafraseando).


Gostou da resenha? Se sentiu instigad@ a ver o documentário?

Conta pra gente as suas impressões, vamos adorar ouvir tudo!

Um abraço.

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