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Diversidade no Jardim: Roteiro de Aula Prática em Ecologia de Comunidades

  • Foto do escritor: Sabrina Simon
    Sabrina Simon
  • 16 de out. de 2017
  • 3 min de leitura

Este roteiro apresenta uma proposta simples para inciar os conceitos que serão abordados em Ecologia de Comunidades (diversidade, abundância, densidade, etc.) e algumas métricas de estudo (índices de diversidade, curva de rarefação, composição da comunidade, etc.). Este é o primeiro contato dos alunos com a Ecologia de Comunidades, por isso não serão definidos ainda os tipos de diversidade (alfa, beta...) nem os índices de diversidade. Mas os dados obtidos aqui poderão ser utilizados para apresentar esses conceitos no decorrer do curso (aguarde os próximos roteiros).



Considerando que nem sempre é possível sair da instituição para fazer uma aula prática de ecologia de campo - fora da sala de aula - vamos exercitar esses métodos nos canteiros e áreas verdes dentro da instituição. É importante fazer uma analogia constante com os resultados e padrões que seriam encontrados se esta fosse uma comunidade natural.


Os materiais necessários para essa aula são:

  • Câmeras fotográficas (pode ser do celular);

  • Trena (se não houver, os alunos podem medir o espaço no passo mesmo);

  • Cadernos e caneta para anotar (pelo menos 1 por grupo);

1. Após mapear e selecionar 4 áreas dentro do campus para a aula, a turma será dividida em 4 grupos de alunos. É importante ressaltar que deve haver colaboração e divisão de tarefas dentro dos grupos na execução da coleta de dados.

Foto aérea da Instituição (Fonte: Google Earth, 2017) e áreas selecionadas para levantamento (acervo pessoal).

Área 1: Jardins do bloco 1

Área 2: Jardins do bloco 2

Área 3: Estacionamento

Área 4: Jardins do bloco 4 (os 2)


2. Agora cada grupo deverá obter todas as medidas da área estudada, o número de morfoespécies e de indivíduos de cada morfoespécie.


O que é morfoespécie?

É um conceito morfológico que deriva do conceito tipológico, muito utilizado em estudos ecológicos: Um grupo de organismos que difere em algum aspecto morfológico de todos os outros grupos. Nós usamos esse conceito no campo para fazer o levantamento sem, necessariamente, proceder com a identificação taxonômica. Assim, a identificação correta pode ser feita depois, em laboratório.




3. É muito importante elaborar um croqui da área de estudo para anotar as medidas obtidas, mesmo que seja à mão mesmo.


4. Outra coisa importante: faça um registro (fotográfico) do perfil da vegetação. Uma simples fotografia, desde que bem feita (e com escala) pode trazer informações relevantes.

Veja um modelo de perfil vegetacional feito à mão:

(Observe que o desenho possui escala: ele foi feito primeiro numa folha quadriculada para manter as proporções corretas. O esquema final possui uma escala no canto inferior direito de 1 metro).



5. Voltando para a sala de aula, vamos tabular e analisar os dados. Por isso, vamos organizar os dados obtidos em uma planilha para responder às seguintes perguntas:


Quantas (morfo)espécies foram encontradas?

Quantos indivíduos de cada espécie foram encontrados na área estudada?

Qual é a medida das parcelas estudadas?

Qual é a densidade nas parcelas?

Qual é a diversidade nas parcelas?

Qual é o perfil da vegetação? – obtenção de dado fotográfico.

Como se distribui a diversidade entre os estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo?



A partir das respostas a essas perguntas, teremos as seguintes informações:


ABUNDÂNCIA E DOMINÂNCIA: As espécies com maior número de indivíduos são as espécies mais abundantes e dominantes. Que conclusões podemos tirar a esse respeito?


DENSIDADE: Dividindo o número de indivíduos pela área, teremos a densidade, e podemos inferir também a respeito da cobertura vegetal. Que conclusões podemos tirar a esse respeito?


DIVERSIDADE: Quantas morfoespécies foram registradas para cada área estudada? Quais foram as áreas com maior número de espécies? E as áreas com menor número de espécies?

Em relação à área, quais parcelas são as mais diversas (número de espécies/área)?


PERFIL VEGETACIONAL: Qual é a diversidade relativa entre os estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo? Que conclusões podemos tirar a esse respeito?



Dica nº 1: Se possível, vamos tabelar os dados numa planilha de excel e produzir gráficos para a análise visual imediada dos dados. Assim que tivermos os primeiros resultados, postaremos aqui alguns exemplos.


Dica nº 2: Mesmo que os alunos não encontrem muito sentido em responder algumas dessas perguntas, pois trata-se de um jardim em que cada planta foi escolhida e sua posição planejada. Mas o nosso exercício aqui é extrapolar esses raciocínios e observações para uma comunidade natural, pois essa será uma das nossas próximas aulas!



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